sábado, 3 de maio de 2008

Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.
Figuras de construção
a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)
b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)
c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. “ E sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vômito (...)”
d)hipérbato: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “De tudo ficou um pouco. Do meu medo. Do teu asco.”
e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se sebentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:
De gênero : Vossa Excelência está preocupado.
De número: Os lusíadas glorificou nossa literatura
. • De pessoa: “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
Ex: A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa.
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “E rir meu riso e derramar meu pranto.”
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer”
Figuras de pensamento
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. “Os jardins têm vida e morte.”
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática. Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)
e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
f) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) “Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.”
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”
Figuras de palavras
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu pensamento é um rio subterrâneo.”
b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)
Formas de usos
Efeito pela causa
:
Sócrates tomou a morte. (O efeito é a morte, a causa é o veneno.)
Causa pelo efeito:
Por favor, não fume dentro de casa: sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro)
Marca pelo produto:
O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
Autor pela obra:
Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.)
Continente pelo conteúdo:
Bebeu o cálice da salvação. (Ninguém engole um cálice, mas sim a bebida que está nele.)
Possuidor pelo possuído:
Ir ao barbeiro. (O barbeiro trabalha na barbearia, onde se vai - de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está)
Matéria pelo objeto:
Quem por ferro mata... (ferro substitui, aqui, espada)
O lugar pela coisa:
Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida - mas não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida.)
O instrumento pela causa ativa:
Sou um bom garfo. (em substituição de "alguém que come bastante").
A coisa pela sua representação = sinal pela coisa significada):
És a minha âncora. (em substituição de "segurança").
Parte pelo todo:
A mão empurrou o carrinho do bebê. (na verdade quem empurra o carrinho é a pessoa e não só a mão)
c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. O pé da mesa estava quebrado. d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)
e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.

Um comentário:

Unknown disse...

ola pro eu quero te agradecer por ter colocado o assusnto figuras de linguagem no blog porque assim eu pude entender o assunto,mas eu gostaria de pedir tambem que se fosse possivel colocar o assunto estrutura das palavras por ele ser um assunto mais complexo.
bjus:Milena