terça-feira, 5 de agosto de 2008

Literatura MedievalHumanismo (século XV)

INÍCIO: nomeação de Fernão Lopes para cronista-mor da Torre do Tombo. (1418)
TÉRMINO: Sá de Miranda traz da Itália a Medida Nova e outras inovações

PAINEL DE ÉPOCA

antropocentrismo: homem como centro do universo.
a poesia independe da música.
transição entre a Idade Média e o Renascimento.
início da ascensão da burguesia.
nova realidade Mercantil.
crise do sistema feudal.
crise na Igreja.
fortalecimento da figura do rei.
resolução de Avis em Portugal
.


PRODUÇÃO LITERÁRIA


I) Historiografia Portuguesa: Fernão Lopes


união do literário e do histórico.
crônica histórica.
imparcialidade na visão dos acontecimentos.
interesse pelo lado humano dos acontecimentos que determinaram a história.
critica o rei e os nobres em seus textos.
causas econômicas e psicológicas do processo histórico.
estilo coloquial.
retrato psocológico dos personagens.


três importantes crônicas:

Crônica del-Rei D. Pedro,

Crônica del-Rei D. Fernando e

Crônica del-Rei D. João I


II) Teatro Popular: Gil Vicente


iniciador do teatro popular em Portugal: Auto da Visitação.
influência de Juan del Encina.
satiriza o clero, a nobreza e o povo.
retrata os valores populares e cristãos da vida medieval.
critica, de forma contundente, a sociedade.
temas de caráter universal.
tipos humanos: o papa, o clero, o rei, a mulher adúltera, a beata, diabos, velho inocente, judeus, etc.
peças de caráter crítico-social: Quem tem farelos?, O Velho da horta, A Farsa de Inês Pereira, etc.
peças religiosas: Auto da Alma, Trilogia das barcas, etc.


Explicação das peças:
  • Quem tem farelos? - história do escudeiro pobre que deseja namorar uma jovem mas é repelido por sua mãe.

  • O Velho da horta - ridiculariza o velho que se apaixona por uma jovem.

  • A Farsa de Inês Pereira - fala da mulher que deseja casar (“mais quero um asno que me carregue que um cavalo que me derrube”).

  • Trilogia das barcas - retrata as almas dos mortos e sua espera pelas embarcações que as levarão ao seu destino: inferno, céu.


III) Poesia palaciana:

Garcia de Resende


Elaborou o Cancioneiro Geral: compilação de mil poemas publicada em 1516.
Separação da poesia do canto e da música.
Permanece ainda características do estilo das cantigas do Trovadorismo.
Predomínio das redondilhas.
Surgem o mote e a glosa.


TESTES


1) (UNESP) “Então se despediu da Rainha, e tomou o Conde pela mão, e saíram ambos da câmara a uma grande casa que era diante, e os do Mestre todos com ele, e Rui Pereira e Lourenço Martins mais acerca. E chegando-se para o Mestre com o Conde acerca duma fresta, sentiram os seus que o Mestre lhe começava a falar passo, e estiveram todos quedos. E as palavras foram entre eles tão poucas, e tão baixo ditas, que nenhum por então entendeu quejandas eram. Porém afirmam que foram desta guisa:
" -- Conde, eu me maravilho muito de vós serdes homem a que eu bem queria, e trabalhardes-vos de minha desonra e morte! Eu, Senhor? disse ele. Quem vos tal cousa disse, men-tiu-vos mui grã mentira. O Mestre, que mais tinha vontade de o matar, que de estar com ele em razões, tirou logo um cutelo comprido e envi-ou-lhe um golpe à cabeça; porém não foi a ferida tamanha que dela morrera, se mais não houvera. Os outros todos, que estavam de arredor, quando viram isto, lançaram logo as espadas fora, para lhe dar; e ele movendo para se acolher à câmara da Rainha, com aquela ferida; e Rui Pereira, que era mais acerca, meteu um estoque de armas por ele, de que logo caiu em terra morto. Os outros quiseram-lhe dar mais feridas, e o Mestre disse que estivessem quedos, e nenhum foi ousado de lhe mais dar.”


O texto transcrito acima é de Fernão Lopes e pertence à Crônica de D. João I. As crônicas de Fernão Lopes caracterizam-se por tentarem re-produzir a verdade histórica como se esta tivesse sido testemu-nhada. Por outro lado, é com Fernão Lopes que a língua portuguesa inicia o percurso da sua modernidade. Nestes termos, assinale, nas alternativas abaixo indicadas, a que melhor caracteriza o trecho transcrito da Crônica de D. João I.

a) Narraçào realista e dinâmica que quase nos faz visualizar os acontecimentos.

b) Fidelidade absoluta aos acontecimentos históricos.

c) Utilização de uma linguagem elevada, de acordo com a repro-dução dos fatos históricos.

d) Preocupação em mencionar os nomes de todas as pessoas presentes à morte do Conde.

e) Exaltação do feito heróico do Mestre ao matar o inimigo do Reino.


2) (UM-SP) Leia as três afirmações abaixo a respeito da Farsa de Inês Pereira.


I- Pode ser colocada como representante do teatro de costumes Vicentino.

II- Encaixa-se na tradição da farsa medieval sobre o adultério feminino desenvolvida por Gil Vicente.

III- Inês Pereira é uma moça que vive na vila e pretende subir de condição.
a) Todas estão corretas.

b) Todas estão incorretas.

c) Apenas I e II estão corretas.

d) Apenas I e III estão corretas.

e) Apenas II e III estão corretas.


3) (FUVEST-SP) Na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente:

a) retoma a análise do amor do velho apaixonado, desenvolvida em O Velho da Horta.

b) mostra a humilhação da jovem que não pode escolher seu marido, tema de várias peças desse autor.

c) denuncia a revolta da jiovem confinada aos serviços domésti-cos, o que confere atualidade à obra.

d) conta a história de uma jovem que assassina o marido para se livrar dos maus-tratos.

e) aponta, quando Lianor narra as ações do clérigo, uma solução religiosa para a decadência moral de seu tempo.


4) Sobre Fernão Lopes, não se pode afirmar que:

a) não se pode negar o espírito objetivo e justo com que analisou os documentos históricos a que teve acesso como guarda-mor dos arquivos do Estado.

b) Usou, em seus textos, tanto a narração quanto a descrição, mas desprezou a utilização de diálogos, para não empobrecer suas crônicas.

c) foi considerado o “Pai da História” em Portugal ou o iniciador da historiografia científica portuguesa.

d) são de sua autoria a Crônica de D. Pedro, a Crônica de D. Fernando e a Crônica de D. João I.

e) fez parte do Humanismo português, escola literária que mar-cou a transição da Idade Média para o Renascimento.


5) O Humanismo:

a) mostra a substituição do Antropocentrismo (o Homem é o centro do universo) pelo Teocentrismo (Deus é o centro do universo).

b) tem início em 1434, quando Fernão Lopes passa a ser o Cro-nista-mor de Portugal.

c) retrata que os problemas humanos, aos poucos, tornam-se fonte de preocupação para os escritores.

d) além de Amadis de Gaula, a mais famosa novela de cavala-ria da época, foi a época literária em que surgiu A Demanda do Santo Graal.

e) tem, entre seus textos literários, os de prosa doutrinária, que foram escritos com a finalidade de ensinar ao povo os elementos básicos para sua educação.

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